Seis artistas e fotógrafos recebem o MacArthur Fellowship 2025, prêmio que celebra criatividade e impacto social com bolsa de US$ 800 mil

A Fundação John D. e Catherine T. MacArthur revelou os 22 contemplados com o MacArthur Fellowship 2025, conhecido mundialmente como o “Genius Grant”. Entre os premiados, seis artistas e fotógrafos foram reconhecidos por suas contribuições à arte contemporânea e ao impacto social de suas práticas: Matt Black, Garrett Bradley, Jeremy Frey, Tonika Lewis Johnson, Tuan Andrew Nguyen e Gala Porras-Kim.

Cada bolsista recebe US$ 800 mil, pagos em parcelas ao longo de cinco anos, sem necessidade de prestação de contas ou projeto específico. A premiação, criada em 1981, é considerada uma das mais prestigiosas do mundo e celebra “a originalidade, o discernimento e o potencial transformador” de indivíduos que expandem os limites da criação e do conhecimento.

Arte como ferramenta de transformação

Os seis artistas desta edição refletem a diversidade de vozes e linguagens que definem o cenário contemporâneo. O fotógrafo Matt Black, membro da Magnum Photos, documenta há anos as desigualdades econômicas dos Estados Unidos, especialmente nas comunidades rurais da Califórnia. Seu olhar em preto e branco revela as tensões entre trabalho, território e dignidade humana.

A cineasta e artista Garrett Bradley, de Nova Orleans, mescla documentário, ficção e experimentalismo em obras que abordam justiça racial e memória coletiva. Entre seus trabalhos mais reconhecidos estão a instalação America (2019) e o documentário Time (2020), indicado ao Oscar, que retrata a resistência feminina diante do encarceramento.

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O artesão e escultor Jeremy Frey, descendente da tribo Passamaquoddy, reinventa a tradição ancestral do trançado Wabanaki em obras que fundem técnicas indígenas e estética contemporânea. Seus cestos monumentais, feitos de cinza, capim-doce e chifre de alce, se tornaram um símbolo de preservação cultural e ecológica em meio às mudanças climáticas.

A fotógrafa e ativista Tonika Lewis Johnson, de Chicago, transforma a cidade em um mapa vivo de desigualdades raciais. Seu projeto Folded Map conecta endereços idênticos no norte e no sul da cidade, revelando contrastes de infraestrutura e acesso a oportunidades. Em UnBlocked Englewood, busca revitalizar o bairro onde cresceu, unindo arte pública e reconstrução comunitária.

Memória, identidade e futuro

O vietnamita Tuan Andrew Nguyen cria filmes, instalações e esculturas que exploram as cicatrizes da colonização, da guerra e do exílio. Suas obras evocam histórias de cura e resistência intergeracional, dando voz a comunidades de países como Vietnã, Senegal e Filipinas.

Já a artista interdisciplinar Gala Porras-Kim, entre Londres e Los Angeles, investiga as tensões entre museus, objetos e memória cultural. Seu trabalho questiona os métodos institucionais de catalogação e conservação, ressignificando o papel da arte como mediadora entre passado e presente.

Ao reconhecer esses artistas, a Fundação MacArthur reafirma sua missão de investir em mentes que inspiram transformação. Segundo Kristen Mack, vice-presidente da instituição, os premiados de 2025 “expandem os limites da arte e do entendimento humano, abrindo caminhos para futuros mais criativos e colaborativos”.

Confira a lista completa do MacArthur Fellows 2025:

• Ángel F. Adames-Corraliza
• Matt Black
• Garrett Bradley
• Heather Christian
• Nabarun Dasgupta
• Kristina Douglass
• Kareem El-Badry
• Jeremy Frey
• Hahrie Han
• Tonika Lewis Johnson
• Ieva Jusionyte
• Toby Kiers
• Jason McLellan
• Tuan Andrew Nguyen
• Tommy Orange
• Margaret Wickens Pearce
• Sébastien Philippe
• Gala Porras-Kim
• Teresa Puthussery
• Craig Taborn
• William Tarpeh
• Lauren K. Williams

Com informações do Hyperallergic e ArtForum