Relatório 2025 da Artprice revela recorde de transações e impacto da IA no mercado de arte contemporânea

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O 31º relatório Artprice é apresentado pouco antes da Frieze London e da Art Basel Paris, com uma análise robusta sobre o mercado de arte contemporânea e ultracontemporânea

Divulgado às vésperas da Frieze London e da Art Basel Paris, o Relatório 2025 da Artprice by Artmarket revela um mercado de arte em plena metamorfose. Apesar de uma queda estimada de até 25% no faturamento global de leilões, o setor nunca esteve tão ativo: as casas de leilão registraram um recorde histórico de transações de arte contemporânea.

O estudo indica que o segmento premium perdeu fôlego, mas o mercado se ampliou de forma inédita, com mais artistas, mais obras disponíveis e um público mais diversificado. Um em cada cinco artistas vendidos em leilões era estreante, e muitos têm menos de 40 anos – sinal de que uma nova geração está traçando os contornos do mercado do futuro.

Ao mesmo tempo, o segmento acessível (obras entre US$ 1 mil e US$ 5 mil) vem crescendo de forma consistente, impulsionado pelas vendas online. A Artprice destaca que esse nicho é alimentado por uma clientela jovem e conectada, que busca obras alinhadas ao seu tempo e às transformações de um mundo multipolar – geopolítica, filosófica e digitalmente. A inteligência artificial é parte dessa equação, ampliando o acesso e redefinindo o processo criativo.

Impacto da IA no mercado de arte contemporânea

O CEO Thierry Ehrmann aponta que o interesse por obras mais acessíveis se tornou um “tsunami de demanda”, impulsionado inclusive pelo uso de criptomoedas e ETFs de Bitcoin e Ethereum. Jovens colecionadores, especialmente profissionais da tecnologia, estão entrando no mercado em busca de reconhecimento e pertencimento social por meio da arte.

Outro ponto de destaque é o impacto da IA generativa. A Artprice, que desde 1987 desenvolve sistemas próprios de análise, incorporou ferramentas como o Intuitive Artmarket® AI e a parceria com a Perplexity AI para detectar tendências emergentes. A previsão é de que, dos atuais poucos centenas de criadores digitais, o mundo passe a ter milhões de artistas utilizando IA, multiplicando o volume e a diversidade do mercado.

Enquanto EUA, China e Reino Unido ainda concentram mais de 75% do volume financeiro, Paris desponta como a capital mais dinâmica em número de transações, ultrapassando Londres e Nova York. O relatório também destaca o avanço das artistas mulheres, que vêm quebrando recordes e desafiando hierarquias históricas, e a consolidação da cena japonesa além de Takashi Murakami e Yoshitomo Nara.

Mais do que um levantamento estatístico, o relatório da Artprice funciona como um termômetro das novas dinâmicas do mercado: um cenário mais aberto, inclusivo e híbrido, em que a tecnologia se integra à criatividade e redefine o valor simbólico e econômico da arte contemporânea.

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