Leilão da coleção Karpidas em Londres arrecada US$ 100 milhões, supera estimativas e alcança 100% de vendas, reforçando o apelo do Surrealismo.
A Sotheby’s celebrou uma noite memorável com a venda da coleção da socialite e patrona das artes Pauline Karpidas. O leilão arrecadou US$ 100 milhões, superando a estimativa máxima, e conquistou o cobiçado status “white glove”, com todos os lotes vendidos. Foi o maior total já alcançado por um leilão em Londres, confirmando o poder de coleções icônicas para atrair lances competitivos mesmo em tempos de incerteza econômica.
René Magritte, La Statue volante, 1958.
Surrealismo em alta
O ponto alto do evento foi a presença de 23 obras surrealistas, descritas pela Sotheby’s como “a maior coleção do movimento a surgir no mercado em tempos recentes”. Obras de René Magritte, Yves Tanguy e Hannah Höch atingiram valores expressivos, reforçando o interesse crescente por esse segmento, aquecido por retrospectivas internacionais e recordes recentes em leilões.
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Outro destaque foi a performance das peças de Claude e François-Xavier Lalanne. Os nove lotes alcançaram US$ 18,5 milhões contra uma estimativa de US$ 3,5 milhões, comprovando a solidez desse nicho no mercado atual. Andy Warhol também brilhou: sua obra The Scream (After Munch) ultrapassou US$ 9 milhões, mais que o dobro da estimativa.
O legado de Pauline Karpidas
Pauline Karpidas, que iniciou sua coleção há 50 anos incentivada pelo marchand Alexander Iolas, construiu um acervo marcado pelo ecletismo e pelas conexões pessoais com artistas como Warhol. Para a ocasião, a Sotheby’s recriou o ambiente do apartamento londrino de Karpidas, com carpete animal print e montagem no estilo salon, reforçando a aura íntima do conjunto.
A noite também teve forte valor simbólico: colecionadores não apenas adquiriram obras importantes, mas também um fragmento da vida de uma patrona singular. Para Oliver Barker, chairman da Sotheby’s Europa, a coleção Karpidas já pode ser considerada tão emblemática quanto outras grandes proveniências históricas. O resultado é um lembrete da relevância de coleções pessoais em criar desejo e movimentar o mercado global.
