Turner Prize 2025: exposição em Bradford revela força e contraste entre finalistas

0

Exposição do Turner Prize 2025 em Bradford apresenta obras de Kalu, Sami, Matić e Xa, antecipando debates e críticas antes do anúncio do vencedor.

A abertura da exposição Turner Prize 2025 no Cartwright Hall Art Gallery, em Bradford, marca um momento significativo para a cena britânica e internacional. Parte da programação da UK City of Culture, a mostra reúne os quatro artistas finalistas em salas distintas, cada uma criando universos visuais e sonoros que antecipam a disputa pelo prêmio, cujo vencedor será anunciado em 9 de dezembro.

Kalu em ação. Fotografia: Cortesia do Artista e ActionSpace

Kalu em ação. Fotografia: Cortesia do Artista e ActionSpace

Nnena Kalu: energia e inclusão

A presença de Nnena Kalu, artista com deficiência intelectual apoiada pela ActionSpace, é considerada um marco histórico. Suas esculturas feitas de materiais reciclados e embrulhados em fitas, tecidos e plásticos exibem uma fisicalidade intensa, enquanto seus desenhos em espiral evocam movimento e ritmo. Para críticos como Adrian Searle, do Guardian, Kalu é a grande favorita: “Não há como contornar. Ela merece vencer.”

Mohammed Sami: respiração pesada e pictórica em excesso. Fotografia: David Levene/The Guardian

Mohammed Sami: respiração pesada e pictórica em excesso. Fotografia: David Levene/The Guardian

Mohammed Sami: memórias da guerra

O pintor iraquiano Mohammed Sami apresenta telas que evocam violência e ausência, com cenas de roupas suspensas na água, mesas abandonadas ou paisagens em chamas. Vindo da experiência de infância sob a ditadura de Saddam Hussein, Sami explora memórias coletivas e pessoais em atmosferas densas e carregadas de silêncio. A crítica britânica destaca a força e a sofisticação de sua pintura, colocando-o como outro possível vencedor.

René Matić: misturando o pessoal e o político. Fotografia: David Levene/The Guardian

René Matić: misturando o pessoal e o político. Fotografia: David Levene/The Guardian

Rene Matić: política e intimidade

Com instalações que misturam fotografias, bandeiras, sons de hinos, vozes de ativistas e referências pessoais, Rene Matić transforma sua vivência em narrativa artística. O trabalho, que explora identidade, pertencimento e nação, cria um ambiente que mescla o público e o privado, questionando noções de poder e resistência. Críticos destacam a maturidade de uma produção que transita entre autobiografia e comentário social.

Zadie Xa: exagerada e pensativa. Fotografia: David Levene/The Guardian

Zadie Xa: exagerada e pensativa. Fotografia: David Levene/The Guardian

Zadie Xa: espiritualidade e imersão sensorial

A canadense-coreana Zadie Xa ocupa sua sala com piso dourado brilhante, esculturas suspensas em forma de concha e uma trilha sonora de sons marinhos e xamânicos. Seu projeto, Moonlit Confessions Across Deep Sea Echoes, conecta ancestralidade, espiritualidade e ecologia através de pintura, som e instalação. Embora visualmente impactante, a recepção crítica foi mais dividida, alguns considerando o trabalho excessivamente conceitual.

Expectativas até dezembro

A mostra em Bradford confirma o Turner Prize como espaço de debate sobre inclusão, identidade e relevância da arte contemporânea. Ao colocar lado a lado propostas tão distintas, a exposição oferece ao público uma experiência imersiva e diversa, que já alimenta discussões e apostas antes da revelação do vencedor. Até dezembro, o que se mantém é a força simbólica do prêmio em refletir e provocar a cena cultural.

Share.

Leave A Reply