Com obras que unem identidade, memória e coletividade, Jennifer Packer e Marie Watt recebem o Heinz Awards 2025, um dos prêmios mais prestigiados das artes
Criado em 1993 em memória do senador John Heinz e concedido anualmente desde 1994 pela Heinz Family Foundation, o prêmio é um dos maiores do mundo dedicados às artes. Já contemplou nomes como Rita Dove, Sanford Biggers, Gala Porras-Kim e Jennie C. Jones, reafirmando seu papel como referência global de reconhecimento artístico. Em 2025, a premiação chega à sua 30ª edição, totalizando mais de US$ 32 milhões distribuídos a 186 vencedores.
A cerimônia de entrega acontece em outubro, em Pittsburgh, reunindo também premiados em economia e meio ambiente. Para além do reconhecimento individual, a escolha de Packer e Watt simboliza a valorização de práticas artísticas que unem estética, memória e engajamento social, reafirmando a relevância da arte como catalisadora de transformação cultural e comunitária.
Jennifer Packer: beleza e luto em diálogo
Nascida na Filadélfia e residente em Nova York, Jennifer Packer é celebrada por retratos de amigos e familiares que tratam da política de visibilidade, identidade e luto. Seus trabalhos, marcados por pinceladas gestuais e fundos vibrantes, evocam intimidade e reflexão. Paralelamente, suas naturezas-mortas botânicas funcionam como objetos de memória e são inspiradas por eventos ligados ao movimento Black Lives Matter. Para Teresa Heinz, suas pinturas “nos convidam a ir além da contemplação, em direção a uma compreensão transformadora e respeitosa das histórias de seus retratados”.
- Turner Prize 2025: Tate anuncia shortlist com artistas que exploram identidade, memória e espiritualidade
- Sarah Sze recebe o prêmio inaugural Meraki Artist Award do ICA Boston
- Guggenheim anuncia os contemplados de sua bolsa de 2025, com destaque para Theaster Gates, Farah Al Qasimi e Sara Cwynar
Marie Watt: arte colaborativa e ancestralidade
Baseada em Portland, Marie Watt trabalha com têxteis, esculturas e gravuras que exploram ensinamentos feministas da Nação Seneca, da qual é cidadã, e outras tradições indígenas. Reconhecida por seus monumentos colaborativos e círculos de costura, Watt integra comunidade e arte, criando obras que refletem tanto sua história pessoal quanto a sabedoria coletiva indígena. Teresa Heinz destacou sua capacidade de “permitir uma entrada generosa nas tradições e culturas indígenas e de aplicá-las à vida contemporânea”.