National Gallery anuncia nova ala após doações de £ 375 milhões e flerta com a arte contemporânea

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Com doações recordes, a National Gallery construirá uma nova ala e ampliará seu escopo para incluir pintura do século 20 e arte contemporânea

A National Gallery de Londres anunciou £375 milhões em promessas de doação, com destaque para Crankstart (de Sir Michael Moritz e Harriet Heyman) e Julia Rausing Trust, cada uma aportando £150 milhões – valores apontados como as maiores doações em dinheiro já divulgadas publicamente para um museu ou galeria.

Outros £75 milhões vêm do National Gallery Trust, do chairman John Booth e de doadores anônimos. O investimento sustenta o Project Domani, terceiro estágio do masterplan iniciado em 2018, que prevê um concurso internacional de arquitetura a partir de 10 de setembro de 2025 e a construção de uma nova ala no terreno de St Vincent House, ao norte da Sainsbury Wing.

O edifício, ligado à ala existente por passagens e uma ponte, deve abrir no início da década de 2030 e oferecerá capacidade para pendurar até 250 pinturas, além de uma galeria temporária com área aproximadamente duas vezes maior que a atual e novos espaços públicos. Haverá ainda um centro de energia para eficiência operacional e melhorias urbanas no eixo entre Leicester Square e Trafalgar Square. Para o diretor Gabriele Finaldi, trata-se de um passo decisivo após o Bicentenário, reafirmando o compromisso de acesso público e excelência museológica.

Nenúfares ao Pôr do Sol, de Claude Monet (por volta de 1907) é uma das poucas obras do século XX atualmente na coleção da galeria. ©National Gallery, Londres

Nenúfares ao Pôr do Sol, de Claude Monet (por volta de 1907) é uma das poucas obras do século XX atualmente na coleção da galeria. © National Gallery, Londres

Século 20 na coleção e parceria com a Tate

Junto à expansão física, a National Gallery iniciará uma atualização de escopo: passará a colecionar arte contemporânea e pintura de todo o século 20. A cronologia, antes limitada por volta de 1900, será estendida para abarcar momentos fundamentais como pós-impressionismo, fauvismo, futurismo, expressionismo, surrealismo e abstracionismo norte-americano, com perspectiva ampliada além da Europa.

O projeto prevê aquisições (dependentes de captação complementar) e um programa robusto de empréstimos com acervos e espólios de artistas. Em colaboração com a Tate, haverá coordenação curatorial e de conservação para fortalecer a National Collection como recurso público de referência.

No percurso expositivo, visitantes entrarão pela Sainsbury Wing, seguirão da arte medieval ao século 18 no edifício Wilkins e, por uma ligação arquitetônica, chegarão à nova ala dedicada aos finais do século 19 e ao século 20. A ambição é consolidar a National Gallery como o mais abrangente museu de pintura do mundo, do século 13 à contemporaneidade, combinando rigor histórico, experiência arquitetônica e relevância cultural para novas gerações.

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