Após um trimestre incerto, a Armory Show abriu com boas vendas e otimismo, reafirmando seu papel central no calendário de Nova York
A Armory Show abriu em 4 de setembro com resultados positivos já no preview VIP. O retorno de players como Andrew Kreps e White Cube (ausente desde a primeira edição em 1994) reforçou a relevância da feira, segundo a diretora Kyla McMillan. Mesmo diante de um mercado mais cauteloso, a presença de mais de 20 galerias que estavam em hiato sinalizou confiança e otimismo.
Vendas e apostas experimentais
O evento também se destacou pela disposição de galerias em apresentar trabalhos desafiadores. A 56 Henry exibiu a instalação Interceptor (2025), de Nikita Gale, vendida por US$ 60 mil antes mesmo da abertura oficial, com intenção de colocação em instituição. A Swivel Gallery atraiu atenção com cinco cerâmicas de Alejandro García Contreras, inspiradas em anime e folclore mexicano, vendidas entre US$ 11 mil e US$ 20 mil.
Outros destaques incluíram a Dimin Gallery, que optou por focar na feira e vendeu cinco obras de Emily Coan (US$ 8,5 mil a US$ 40 mil), e a Megan Mulrooney Gallery, que esgotou seu estande com obras de Piper Bangs (US$ 5 mil a US$ 20 mil).
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The Afternoon Before the Ascent (2024), de Emily Coan, no estande da Dimin. Cortesia da artista e da Dimin.
Mercado ativo em múltiplas faixas
No topo, a Galleria Lorcan O’Neill fechou vendas de obras de Tracey Emin, Kiki Smith e Rachel Whiteread, em valores que chegaram a US$ 1 milhão. A Sean Kelly vendeu um Kehinde Wiley por US$ 265 mil, enquanto a Tang Contemporary colocou uma escultura de Ai Weiwei por até US$ 180 mil. White Cube reportou bons resultados com a dupla TARWUK (US$ 65 mil a US$ 100 mil).
Entre as vendas notáveis também estiveram obras de Emmi Whitehorse (US$ 150 mil), Tunji Adeniyi-Jones (US$ 85 mil), Vik Muniz (US$ 50 mil) e Sheila Hicks (US$ 87 mil), além de múltiplos negócios na faixa intermediária realizados por galerias como James Cohan, Nara Roesler, Berry Campbell e Library Street Collective.
Um sinal de fôlego
Embora o mercado ainda esteja aquém do boom de 2021, a Armory Show demonstrou que colecionadores seguem engajados e dispostos a apoiar tanto artistas estabelecidos quanto emergentes. Para McMillan, o equilíbrio entre risco criativo e disciplina comercial é a chave para sustentar a confiança em Nova York. Com vendas firmes e grande público, a feira reafirma sua posição como termômetro essencial do mercado global.
