Christie’s anuncia leilão da coleção Weis, avaliada em mais de US$ 180 milhões

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Com obras de Picasso, Matisse, Mondrian e Rothko, a coleção Weis será leiloada em novembro em Nova York, com valor acima de US$ 180 milhões.

Ao longo de mais de 70 anos, Robert F. Weis, ex-chairman da Weis Markets, e sua esposa Patricia formaram a coleção Weis, um acervo que reflete a evolução do modernismo e da arte do século 20. Entre pinturas, esculturas, obras em papel e cerâmicas, o conjunto reúne mais de 80 lotes, muitos adquiridos em viagens a galerias e museus de Nova York, Londres e Paris.

A coleção, mantida em residências da família na Pensilvânia e em Nova York, será oferecida na Christie’s em novembro, com 18 obras em um leilão single-owner que antecede a 20th Century Evening Sale. O restante será distribuído entre os leilões de arte moderna, pós-guerra e contemporânea durante a semana de vendas.

Mestres modernos e peças raras na coleção Weis

Entre os destaques estão La Lecture (Marie-Thérèse), de Picasso (1932), estimado em torno de US$ 40 milhões; Figure et bouquet (Tête ocre), de Matisse (1939), avaliado entre US$ 15 e 25 milhões; Composition with Red and Blue (1939–41), de Mondrian, com estimativa de US$ 20 a 30 milhões; e No. 31 (Yellow Stripe), de Rothko (1958), avaliado em cerca de US$ 50 milhões. Obras de Braque, Léger, Miró, Ernst, Gorky, Kline e Tom Wesselmann também integram o conjunto.

Além da pintura, Patricia Weis cultivou especial interesse por cerâmicas modernas, reunindo peças icônicas de Lucie Rie e Hans Coper, que serão apresentadas em um leilão de Design em dezembro.

A coleção Weis in situ, com (da esquerda para a direita): Mark Rothko: Nº 31 (Yellow Stripe), 1958; Max Ernst: Le roi jouant avec la reine; e Piet Mondrian: Composição com Vermelho e Azul, 1939–41. Foto: Vivian Marie Doering/Cortesia: Christie's Images Ltd. 2025

A coleção Weis in situ, com (da esquerda para a direita): Mark Rothko: Nº 31 (Yellow Stripe), 1958; Max Ernst: Le roi jouant avec la reine; e Piet Mondrian: Composição com Vermelho e Azul, 1939–41. Foto: Vivian Marie Doering/Cortesia: Christie’s Images Ltd. 2025

Um legado de connoisseurship

Descrita pela Christie’s como uma coleção “pacientemente construída com rigor intelectual e profundo gosto pessoal”, a trajetória dos Weis revela tanto sofisticação quanto dedicação ao aprendizado direto – “não havia substituto para olhar”, dizia Robert. Essa visão resultou em uma seleção que conecta o Fauvismo às cores emocionais de Rothko, traçando um percurso coerente da modernidade.

Max Carter, vice-chairman de 20th e 21st Century Art da Christie’s, destacou a rara qualidade e interconexão das obras, enquanto a família sublinhou a dimensão afetiva da coleção, mantida em ambiente doméstico por décadas. “Nossa experiência de vida foi moldada por essas obras”, afirmaram os filhos do casal.

O destino do acervo

A Christie’s garantiu a consignação ao oferecer uma garantia financeira próxima de US$ 200 milhões, sinalizando a magnitude do negócio. Antes do leilão, os principais lotes viajarão em exposição por Dubai, Hong Kong, Londres e Paris.

Mais que uma dispersão de patrimônio, a venda representa a transição de uma coleção privada, marcada por diálogo íntimo com a arte, para um novo ciclo público, capaz de inspirar colecionadores e museus em todo o mundo.

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