Pela primeira vez, a Documenta terá uma equipe curatorial só de mulheres, liderada por Naomi Beckwith, em Kassel, em 2027
Fundada em 1955, a Documenta nunca havia contado com uma equipe curatorial exclusivamente feminina. Essa mudança chega com força em 2027, sob a direção de Naomi Beckwith, atual vice-diretora e curadora-chefe do Guggenheim. Ela é a primeira mulher negra a assumir a função, apenas a segunda mulher na história da mostra e uma das raras diretoras sem trajetória extensa em bienais, mas com longa carreira em grandes exposições museais.
Beckwith selecionou quatro curadoras de diferentes origens e expertises: Carla Acevedo-Yates (Porto Rico), Romi Crawford (EUA), Mayra A. Rodríguez Castro (Colômbia) e Xiaoyu Weng (China). A proposta é combinar exposição, publicações e programação paralela para reestabelecer a Documenta como referência crítica no circuito internacional.

Naomi Beckwith, curadora da Documenta 17
Diversidade e novas perspectivas
Acevedo-Yates, curadora do Museum of Contemporary Art Chicago, é reconhecida por sua abordagem transcultural sobre arte latino-americana e caribenha, com exposições de destaque como Forecast Form. Crawford, também residente em Chicago, é pesquisadora e educadora com foco em pedagogias alternativas e no legado do Black Arts Movement, criando plataformas gratuitas de ensino artístico comunitário.
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Rodríguez Castro, escritora e editora colombiana, se concentra em arquivos, tradução e contextualização. Seu trabalho de maior impacto é a edição de Dream of Europe, que recupera seminários e entrevistas inéditas de Audre Lorde. Já Xiaoyu Weng, de Xangai e hoje em Nova York, soma experiência em instituições como o Guggenheim e a Art Gallery of Ontario. Atualmente dirige o nonprofit Art in General e atua no Tanoto Foundation, ampliando o olhar sobre a Ásia e suas diásporas.
Expectativas para 2027
A escolha de uma equipe feminina e multicultural reforça o compromisso de expandir narrativas e questionar modelos institucionais tradicionais. Com enfoques que atravessam Caribe, Américas, Ásia e diásporas, o grupo busca transformar a Documenta em um observatório renovado da cena artística global, capaz de dialogar com temas urgentes e propor formatos experimentais. Entre 12 de junho e 19 de setembro de 2027, Kassel será palco de uma edição histórica.