Marina Abramović e Peter Doig estão entre os laureados internacionais do prestigiado Praemium Imperiale, promovido pela Japan Art Association.
A Japan Art Association anunciou os laureados do Praemium Imperiale 2025, uma das mais prestigiadas honrarias das artes visuais, cênicas, musicais e arquitetônicas. A cerimônia reconhece nomes que contribuíram de forma notável para a cultura mundial, oferecendo a cada vencedor um prêmio de 15 milhões de ienes (cerca de £77 mil).
Neste ano, os cinco premiados têm ligação com o Reino Unido. Entre eles, destacam-se Marina Abramović, contemplada na categoria escultura, e Peter Doig, premiado em pintura. A lista inclui ainda Anne Teresa De Keersmaeker (teatro e cinema), András Schiff (música) e o arquiteto Eduardo Souto De Moura. A National Youth Theatre, importante organização britânica de formação artística, foi escolhida para receber a Grant for Young Artists 2025, em seu 70º aniversário.
Chris Patten, conselheiro internacional do prêmio no Reino Unido e ex-chanceler da Universidade de Oxford, destacou a excelência técnica e conceitual dos premiados: “Todos compartilham o amor pelo ‘fazer’, onde conceito e ofício se fundem para criar arte da mais alta qualidade”.
Abramović e Doig: duas trajetórias que moldaram o século 21
Marina Abramović, nascida em Belgrado, é considerada uma das maiores referências da arte performática contemporânea. Vencedora do Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 1997 e 2005, tornou-se símbolo da arte que rompe as barreiras entre artista e público. Sua obra mais emblemática, The Artist Is Present (2010), no MoMA de Nova York, atraiu milhares de visitantes que sentavam-se frente a frente com a artista, numa experiência intensa de presença e silêncio. Em 2023, Abramović foi a primeira mulher a ocupar integralmente as galerias da Royal Academy of Arts, em Londres – exposição que segue em itinerância pela Europa até 2026.
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Peter Doig, nascido em Edimburgo e radicado em Londres, é referência mundial da nova pintura figurativa. Com formação em importantes instituições britânicas, como Central Saint Martin’s, consolidou sua carreira a partir de uma estética onírica e sensível à cor, inspirada por sua vivência no Caribe e no Canadá. Seu trabalho já foi exibido em instituições como Tate Britain, Fondation Beyeler, Musée d’Orsay e Courtauld Gallery. Em outubro, o artista inaugura a mostra House of Music, na Serpentine, que explora a influência da música em sua produção.
O arquiteto Eduardo Souto de Moura, por sua vez, coleciona prêmios como o Pritzker (2011) e se destacou por obras como o Estádio de Braga e a Casa das Histórias Paula Rego, em Portugal. Já colaborou com Álvaro Siza na criação do Serpentine Pavilion e integrou a exposição Sensing Spaces, da Royal Academy.
Desde 1989, o Praemium Imperiale reconhece realizações nas artes que não são contempladas pelo Prêmio Nobel, reforçando o impacto de trajetórias artísticas no cenário global.