O Met reabre a Ala Rockefeller com nova curadoria e arquitetura, celebrando a arte da África, Américas Antigas e Oceania com protagonismo cultural.
No último 31 de maio, o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, reinaugurou a icônica Ala Michael C. Rockefeller com um evento que foi muito além de uma abertura institucional. O festival de um dia inteiro simbolizou uma nova era para a instituição, que reposiciona as artes da África, das Américas Antigas e da Oceania sob uma perspectiva inclusiva, colaborativa e profundamente contextualizada.
O projeto arquitetônico, liderado por Kulapat Yantrasast (WHY Architecture) em parceria com o escritório Beyer Blinder Belle e o Departamento de Design do Met, transformou mais de 40 mil pés quadrados de galerias. Inspirado nas tradições arquitetônicas regionais, o espaço agora abriga mais de 1.800 obras — entre aquisições recentes e comissões — dispostas com o apoio de tecnologias interativas e materiais interpretativos que ampliam a compreensão do público.
Reinstalação da Ala Rockefeller Celebra Autonomia Cultural e Saberes Imersivos
A cerimônia de reabertura celebrou não apenas a renovação física, mas também a simbólica: o Met rompe com hierarquias artísticas coloniais e propõe uma leitura que valoriza a autoria e os legados das culturas expostas. Um dos grandes destaques foi a participação do Queens Night Market, que ofereceu menus inspirados em práticas alimentares pré-coloniais de lugares como Serra Leoa, Etiópia, Peru, Havaí e Nova Zelândia — proporcionando uma jornada sensorial única.
Oficinas artísticas ministradas por nomes como Manny Vega, Nilda Callañaupa Alvarez e Teokotā’i Paitai envolveram o público na criação de mosaicos e têxteis tradicionais, tornando a experiência coletiva e viva. Filmes da cineasta etíope-americana Sosena Solomon ampliaram o conteúdo das galerias com registros de marcos culturais da África, inserindo o visitante em uma narrativa imersiva que respeita a origem e o contexto das obras.
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A nova abordagem curatorial contou com a colaboração de especialistas internacionais e reflete o estado atual da pesquisa acadêmica sobre essas regiões. O resultado é uma exibição que honra a complexidade, sofisticação e autonomia estética das culturas representadas — agora desvinculadas de rótulos eurocêntricos.
Ao renovar a Ala Rockefeller, o Met reafirma seu compromisso com a reescrita de narrativas históricas no circuito museológico global. Mais do que uma reforma estrutural, essa reabertura representa um reposicionamento institucional frente ao papel dos museus na promoção da diversidade e do respeito às múltiplas vozes da arte mundial.