Tradicionais leilões de maio em Nova York revelam um mercado de arte resiliente, com recordes, coleções prestigiadas e interesse renovado por novos artistas
Na última semana, as grandes casas de leilões – Christie’s, Sotheby’s e Phillips – movimentaram o coração do mercado de arte com suas tradicionais vendas de maio, em Nova York. Mesmo diante de incertezas macroeconômicas e ajustes de mercado, o resultado geral foi positivo: recordes foram quebrados, coleções prestigiadas foram dispersas com sucesso e o interesse por artistas emergentes demonstrou uma expansão significativa do perfil dos colecionadores.

Piet Mondrian, Composition with Large Red Plane, Bluish Gray, Yellow, Black and Blue, 1922, oil on canvas, 21 ¼ × 21″. Photo: Christie’s.
Recordes e destaques milionários
Na Christie’s, os holofotes recaíram sobre “Composition with Large Red Plane, Bluish Gray, Yellow, Black and Blue”, de Piet Mondrian, arrematada por US$ 47,6 milhões, tornando-se a terceira obra mais cara do artista. Claude Monet também brilhou com “Poplars on the Banks of the Epte, Dusk”, vendida por US$ 43 milhões, provando que os clássicos modernos ainda possuem forte apelo no mercado global. Entre os contemporâneos, a obra “No. 4 (Two Dominants)” de Mark Rothko somou US$ 37,8 milhões ao total da noite.
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A Phillips, com sua pegada jovem e curadoria afiada, foi palco de mais um momento de brilho de Jean-Michel Basquiat. A obra “Untitled (ELMAR)” atingiu US$ 46,5 milhões, consolidando o artista como um dos nomes mais desejados da atualidade. A casa também atraiu olhares com a venda de um raro diamante rosa vívido, por US$ 12 milhões, demonstrando sua estratégia bem-sucedida de diversificar lotes e atrair diferentes perfis de investidores.
Já a Sotheby’s apresentou diversidade e força em obras consagradas. Apesar da esperada escultura de Giacometti não ter sido vendida, outros nomes como Francis Bacon, com o retrato de George Dyer vendido por US$ 27 milhões, e Joan Mitchell, que continua a ser valorizada, sustentaram bons resultados. O mix de modernismo europeu, expressionismo americano e arte latino-americana reafirmou o ecletismo da curadoria.
Olhar estratégico: expansão e renovação do mercado
O panorama geral foi de otimismo. Os resultados dos leilões indicam um mercado em transição positiva, onde grandes nomes mantêm sua força, mas há espaço crescente para novas vozes e formatos. A presença marcante de colecionadores da Geração Z e millennials, a venda de obras digitais e a valorização de produções experimentais sinalizam uma mudança de mentalidade. As casas de leilão, por sua vez, demonstram capacidade de adaptação, apostando em plataformas híbridas, inovação tecnológica e estratégias de engajamento direto com o público.
Em tempos de transformações aceleradas, os leilões de maio em Nova York reforçaram que o colecionismo segue vivo, ambicioso e cada vez mais plural. Uma boa notícia para investidores, artistas e agentes do mercado de arte global.