Leilões de arte de Nova York destacam obras-primas de grandes colecionadores

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Os leilões que acontecerão em Nova York em maio deste ano apresentam obras icônicas de colecionadores renomados, prometendo movimentar o mercado de arte contemporânea

A temporada dos leilões de arte de maio, que acontece em Nova York, começa oficialmente na próxima segunda-feira, dia 12, liderada por um duplo evento da Christie’s: a venda de obras do casal Leonard e Louise Riggio, seguidos pelo aguardado leilão de arte do século 20.

Após dois anos de um mercado em retração, com queda de 12% nas vendas globais segundo o último relatório da Art Basel e UBS, colecionadores e analistas acompanham de perto os sinais que podem indicar uma recuperação ou aprofundamento dessa tendência.

Consignações de peso e expectativas altas

Nesta temporada, os três principais players — Christie’s, Sotheby’s e Phillips — apresentam catálogos com importantes consignações. Na Christie’s, além dos Riggio, estão obras das coleções de Anne e Sid Bass, Tiqui Atencio e Jeffrey P. Draime. A Sotheby’s traz peças do acervo da marchand Daniella Luxembourg e do espólio de Barbara Gladstone. Já a Phillips exibe obras pertencentes aos empresários Ray Allen e Lydia Winston Malbin.

ROBERT MOTHERWELL (1915-1991), Elegy to the Spanish Republic No. 160. Cortesia Christie's

ROBERT MOTHERWELL (1915-1991), Elegy to the Spanish Republic No. 160. Cortesia Christie’s

Destaques artísticos e valores robustos

  • Entre os destaques, Dorothea Tanning chama atenção com Endgame, uma obra de 17×17 polegadas estimada entre US$ 1 milhão e US$ 1,5 milhão, promovida como “obra-prima” pela Christie’s.
  • Robert Motherwell também se destaca com Elegy to the Spanish Republic No. 160, de 1979, com estimativa de US$ 3,5 a 5,5 milhões, proveniente da coleção de Donald Hess.
  • Andy Warhol aparece com força no leilão, com Big Electric Chair, avaliada em US$ 30 milhões, além de Self-Portrait (1966), estimado entre US$ 4 e 6 milhões, e Campbell’s Soup Can Over Coke Bottle (1962), que retorna ao mercado após ter sido vendida em 2007 por US$ 2,84 milhões.

Comportamento nos leilões ajudam a entender o mercado

Como de costume, as vendas serão acompanhadas de perto em busca de sinais de como o mercado está se comportando. Apesar do volume expressivo de obras e nomes de peso, o momento é de cautela. Fatores como tarifas internacionais e instabilidade econômica nos EUA têm impactado o fluxo de turistas, o transporte de obras e o humor dos investidores.

As galerias participantes de feiras satélites à Frieze Nova York, que acontecem neste mesmo período, também manifestam receios sobre a disposição dos colecionadores em realizar aquisições significativas.

Com um line-up sólido e grandes expectativas, os leilões de maio em Nova York prometem testar os limites de um mercado de arte em transição. Mais do que cifras, o que estará em jogo são os sinais de confiança — ou retração — em um setor sensível ao cenário macroeconômico global.

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