Ari Emanuel compra a Frieze em operação avaliada em US$ 200 milhões, ampliando seu domínio sobre grandes eventos culturais globais

A semana de abertura da Frieze New York começou com uma reviravolta significativa: a Frieze, uma das plataformas mais influentes do circuito internacional de arte, foi vendida a uma nova empresa criada por Ari Emanuel, empresário de mídia e cofundador da Endeavor Group Holdings.

O anúncio oficial, feito pela Endeavor poucos dias antes do preview VIP da feira em Nova York, revela que a operação foi concluída com a nova companhia de Emanuel, ainda sem nome divulgado, e está avaliada em aproximadamente US$ 200 milhões. A transação deve ser finalizada no terceiro trimestre de 2025, conforme informações do Financial Times.

O negócio inclui não apenas as renomadas feiras Frieze Los Angeles, Frieze Seoul, Frieze London e Frieze Masters, mas também as recém-incorporadas EXPO Chicago e The Armory Show, além da revista Frieze, consolidando o pacote como um dos ativos mais estratégicos no setor de eventos e mídia cultural.

Possível expansão da Frieze?

Segundo o comunicado oficial, o atual CEO da Frieze, Simon Fox, e toda a equipe de liderança permanecerão em seus cargos, colaborando diretamente com Emanuel durante a transição. “A Frieze sempre foi uma fonte de inspiração para mim — tanto profissional quanto pessoalmente”, afirmou Emanuel. “Trabalhei com esse time por quase uma década e vi de perto a força da comunidade que eles construíram. Essa aquisição é uma peça-chave da nossa nova plataforma global de eventos.”

A aquisição ocorre em um momento delicado para o mercado de arte. O relatório “The Art Market 2025”, produzido pela Art Basel e UBS, apontou que as vendas globais de arte recuaram 12% em 2024, totalizando US$ 57,5 bilhões. Pressões econômicas globais, agravadas por políticas comerciais como as tarifas propostas por Donald Trump, criaram um ambiente de incertezas tanto para colecionadores quanto para instituições e feiras.

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Apesar desse cenário, Simon Fox declarou ao Financial Times que a nova fase trará oportunidades de expansão: “Com o apoio da nova gestão, estamos bem posicionados para acelerar nossa criatividade, colaboração e crescimento.”

A Frieze, originalmente fundada em 1991 como uma revista de arte contemporânea, evoluiu para um conglomerado global com alcance decisivo no mercado de arte. Desde que a Endeavor adquiriu participação majoritária em 2016 e assumiu o controle total em 2023, a marca passou por uma rápida expansão. A nova aquisição por Ari Emanuel representa mais do que uma transação comercial: sinaliza uma aposta no potencial da arte contemporânea como ativo cultural, econômico e simbólico em escala global.