Marta Minujin: The Parthenon of Books / Documenta 14 Kassel

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Artista argentina Marta Minujín conquista público com réplica da Acrópole de Atenas feita com livros censurados ao redor do mundo.

O Parthenon foi construído em Atenas por instigação de Pericles, sob a supervisão do escultor Phidias, entre 447 e 38 a.C. A estrutura tem dez metros de altura por setenta metros de comprimento e trinta metros de largura. O templo foi concebido para abrigar uma colossal estátua de ouro de Athena, assim como o tesouro da Liga Delian e as reservas de prata da cidade – no caso de um ataque persa, esses metais preciosos poderiam ser derretidos e transformados em novas moedas para financiar a guerra. Transformada em uma igreja cristã na Idade Média, depois em uma mesquita durante o Renascimento, o Parthenon tornou-se um símbolo da democracia e da supremacia cultural ocidental.

Marta Minujín, nascida em Buenos Aires em 1943, apoderou-se deste arquétipo estético e político da democracia para sua própria situação: corrompida por uma ditadura “nacional católica” que reinou na Argentina até 1983, colocou o ideal democrático em circulação no momento em que a junta militar caiu. Seu projeto artístico fazia parte de sua série “La caída de los mitos universals”, que se apropriou de ícones monumentais para replicá-los, dividi-los em pedaços e redistribuí-los para o domínio público. De certa forma, o artista devolve a esses símbolos seu status de oferendas. Para “El Partenón de libros” (1983), 25 mil livros retirados dos porões onde haviam sido trancados pelos militares, cobrem uma réplica em escala do edifício grego. Construído a partir de tubos de metal e elevado de um lado, este Parthenon foi colocado em uma praça pública na parte sul de Buenos Aires.

A reprodução da obra durante a Documenta 14 traz, além da mensagem política, uma alusão à parceria inédita deste evento – um dos mais importantes da arte contemporânea internacional – que, pela primeira vez, é realizado em duas cidades, Kassel e Atenas.

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