Thiago Rocha Pitta apresenta individual na Galeria Millan

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Thiago Rocha Pitta, Monumento à deriva continental, 2011. Cimento sobre tela, 5m de altura por 6m de largura

Thiago Rocha Pitta, Monumento à deriva continental, 2011. Cimento sobre tela, 5m de altura por 6m de largura

A constante transformação de elementos naturais jamais estagnados, mesmo que imóveis, aparece como eixo temático da poética de Thiago Rocha Pitta. A alteração de estados da matéria e a comunhão de materiais quase opostos – vidro e sal, cimento e pano, pedra e mel – revela a mutabilidade das coisas só aparentemente perenes em uma arte que explora o limite entre a natureza e o artifício. Em Saudades da Pangeia, exposição individual do artista que poderá ser vista na Galeria Millan entre 20 de julho e 21 de agosto, obras em diferentes suportes permitirão ao visitante se familiarizar com o universo orgânico de Rocha Pitta: o vídeo Danäe nos jardins de Górgona; a instalação Bruma rochosa; e a escultura Monumento à deriva continental.

No vídeo Danäe nos jardins de Górgona, projetado em grande dimensão na parede do espaço expositivo, experimentamos uma temporalidade estendida ao observamos um feixe de mel deslizar entre pedras, rumo ao oceano. Como um pintor, Pitta explora as diferentes cores e texturas das rochas, imprimidas a elas por séculos de processos naturais – movimentos tectônicos, desgastes por intempéries diversas, sedimentações.

Para a produção da instalação Bruma rochosa, que ocupa o segundo piso da Galeria, Thiago preenche uma larga bacia com uma solução saturada de água salgada. Dentro dela, coloca, na vertical, quatro folhas de vidro, em cujas superfícies desenha, também com água salgada, silhuetas semelhantes a cumes de montanhas. Durante a exposição, a salmoura inicialmente aplicada torna-se mais espessa e cresce além do esquema pré-definido, gerando uma estrutura irregular em diferentes camadas de um branco translúcido. As imagens criadas aparecem sobre o vidro como neblina, corte de pedra, nuvem ou paisagem polar.

O jardim da Galeria abrigará sua obra mais recente, a escultura Monumento à deriva continental, um mastro que sustenta duas grandes telas recobertas de cimento (uma versão menor da obra receberá os visitantes na antessala da Galeria). No jardim, Thiago nos lembra, com suas telas pesadas de cimento, que a realidade não é tão estática quanto pode parecer. Tudo está em processo.

Saudades da Pangeia | individual de Thiago Rocha Pitta
de 20 de julho a 21 de agosto, na Galeria Millan
R. Fradique Coutinho, 1360, São Paulo, SP

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